domingo, 29 de abril de 2012

Assembleia Municipal de 25/04/2012: "A Democracia que faz falta em Anadia e que os Munícipes há muito merecem!"

Democracia vem da palavra grega “demos” que significa povo. Na democracia local, é o povo do concelho de Anadia que detém o poder soberano sobre o poder da Assembleia Municipal, da Câmara Municipal e seu Presidente.

Embora existam pequenas diferenças nas várias democracias locais, há princípios e práticas que distinguem um executivo democrático de outras formas de executivo.
Democracia é o governo no qual o poder e a responsabilidade cívica são exercidos por todos os cidadãos, diretamente ou através dos seus representantes livremente eleitos.
Democracia é um conjunto de princípios e práticas que protegem a liberdade humana, é a institucionalização da liberdade.
A democracia baseia-se nos princípios do governo da maioria associados aos direitos individuais e das minorias. Todas as democracias, embora respeitem a vontade da maioria, protegem escrupulosamente os direitos fundamentais dos indivíduos e das minorias.
A democracia protege os cidadãos de governos poderosos, que devem ser acessíveis e recetivos às pessoas que se encontram no concelho que administram.
A democracia entende que uma das suas principais funções é proteger direitos humanos fundamentais como a liberdade de expressão e a oportunidade de organizar e participar plenamente na vida política, econômica e cultural da sociedade municipal.
As eleições numa democracia não podem ser fachadas atrás das quais se escondem ditadores ou um partido único, mas verdadeiras competições pelo apoio do povo.
A democracia sujeita os governos ao Estado de Direito e assegura que todos, sem exceção, estão sujeitos à Lei.
A democracia é diversificada, refletindo a vida política, social e cultural de cada concelho.
Os cidadãos Anadienses numa democracia não têm apenas direitos, têm o dever de participar no sistema político que, por sua vez, deve proteger os seus direitos e as suas liberdades.
As sociedades democráticas estão empenhadas nos valores da tolerância, da cooperação e do compromisso. A democracia reconhece que chegar a um consenso requer compromisso. Nas palavras de Mahatma Gandhi, “a intolerância é em si uma forma de violência e um obstáculo ao desenvolvimento do verdadeiro espírito democrático”. 
Os princípios da maioria e a proteção dos direitos individuais e das minorias podem parecer contraditórios, mas na realidade estes princípios são pilares gêmeos que constituem a mesma base do governo democrático.

Uma maioria política é um meio para organizar um executivo e decidir sobre assuntos públicos, não é uma via para a opressão. Nenhuma maioria, nem democracia, deve tirar os direitos e as liberdades fundamentais de um grupo minoritário ou de um indivíduo.

Entre os direitos humanos fundamentais que qualquer executivo democrático deve proteger estão a liberdade de expressão e a liberdade de se organizar, denunciar, discordar e participar plenamente na vida pública da sua sociedade.
A democracia reconhece que a diversidade é uma vantagem enorme, pois trata estas diferenças na identidade, na cultura e nos valores como um desafio que pode reforçar e enriquece-la e não como uma ameaça.
Pode não haver uma resposta única a como são resolvidas as diferenças dos cidadãos em termos de opiniões e valores — apenas a certeza de que só através do processo democrático de tolerância, debate e disposição para negociar é que as sociedades livres podem chegar a acordos que abranjam os pilares gêmeos do governo da maioria e dos direitos das minorias.

Com efeito, para preservar e proteger os direitos e as liberdades individuais, um povo democrático deve trabalhar em conjunto para regular o governo que escolher. E a maneira principal de fazer isso é através dos partidos políticos.


Os partidos de oposição são livres para criticar as ideias políticas do partido da maioria e apresentam as suas próprias propostas.
Os partidos políticos são uma forma dos cidadãos responsabilizarem os dirigentes do partido pelas suas ações governativas.
Os partidos políticos democráticos acreditam nos princípios da democracia de modo que reconhecem e respeitam a autoridade do executivo eleito, mesmo que os seus líderes partidários não estejam no poder.
Os partidos democráticos reconhecem que as opiniões políticas são flexíveis e variáveis e que o consenso pode, com frequência, surgir de um confronto de ideias e valores num debate pacífico, livre e público. 
O conceito de oposição leal é inerente a qualquer democracia. Significa que todos os lados no debate político — por mais profundas que sejam as diferenças — partilham os valores democráticos fundamentais de liberdade de expressão.
Numa democracia, a luta entre partidos políticos não é uma luta pela sobrevivência, mas uma competição para servir o povo.

Por isso é que, ao contrário da ditadura, um executivo democrático existe para servir o povo e a democracia garante muitas liberdades aos seus cidadãos incluindo a liberdade de discordar e de criticar o executivo.

A cidadania numa democracia exige participação, civismo e mesmo paciência.
Os cidadãos democráticos reconhecem que não têm apenas direitos, têm também deveres. Reconhecem que a democracia requer investimento de tempo e muito trabalho — um governo do povo exige vigilância constante.
Há um ditado nas sociedades livres: cada povo tem o governo que merece. Para que a democracia seja bem sucedida os cidadãos têm que ser ativos, porque sabem que o sucesso ou o fracasso do executivo é também responsabilidade sua.
As democracias precisam de mais do que o voto ocasional dos seus cidadãos para permanecerem saudáveis. Precisam de atenção contínua, tempo e dedicação de muitos dos seus cidadãos para, deste modo, proteger os seus direitos e liberdades.
Para o efeito, utilizam uma imprensa livre onde podem falar com franqueza sobre questões locais e nacionais, aderem a associações comunitárias e empresariais, fazem parte de organizações voluntárias privadas — que se dedicam à religião, cultura, estudos, desportos, artes, literatura, melhoramento do bairro, intercâmbio de estudantes ou centenas de outras atividades, todos estes grupos contribuem para a riqueza e a saúde da democracia.

Numa democracia, a imprensa não deve ser controlada pelo executivo. Os executivos democráticos não têm vereadores da informação para decidir sobre o conteúdo dos jornais nem sobre as atividades dos jornalistas.

Uma imprensa livre informa o público, responsabiliza os dirigentes e proporciona um fórum para o debate das questões locais e nacionais.
Em democracia, o executivo é responsável pelos seus atos. Os cidadãos esperam, portanto, ser informados sobre as decisões que são tomadas em seu nome. A imprensa facilita o "direito de saber", agindo como supervisor do executivo, ajudando os cidadãos a responsabiliza-lo e questionando as suas políticas. Os executivos democráticos garantem o acesso dos jornalistas a reuniões públicas e a documentos públicos. Não colocam restrições prévias sobre aquilo que os jornalistas podem dizer ou escrever.
A democracia exige que o público faça escolhas e tome decisões. Para que o público confie na imprensa, os jornalistas devem relatar fatos com base em fontes e informações fidedignas.
Os jornalistas não devem ser influenciados pela opinião pública, apenas pela busca da verdade, tanto quanto puderem. Uma democracia permite que a imprensa faça o seu trabalho de obtenção e divulgação de notícias sem receio nem favorecimento do executivo.

Durante grande parte da história da humanidade, a lei era simplesmente a vontade do governante. Hoje, em democracia, o Estado de Direito deve proteger os direitos fundamentais, políticos, sociais e económicos e lembra-nos que a tirania e a ilegalidade não são as únicas alternativas.

Estado de Direito significa que nenhum indivíduo, presidente ou cidadão comum, está acima da lei. Os governos democráticos exercem a autoridade por meio da lei e estão eles próprios sujeitos aos constrangimentos impostos pela lei.
No Estado de Direito, um sistema de tribunais fortes e independentes deve ter o poder e a autoridade, os recursos e o prestígio para responsabilizar membros do executivo perante as leis e os regulamentos da nação.
Por esta razão, é que os juízes devem ter uma formação sólida, ser profissionais, independentes, imparciais e atuantes. Para cumprirem o papel necessário no sistema judiciário e no político, os juízes devem estar empenhados nos princípios da democracia.

Assim sendo, os representantes eleitos numa democracia – como é o caso da Assembleia Municipal de Anadia - estão cá para servir o povo.

Estes órgãos eleitos são o principal fórum para decidir, debater e aprovar propostas/moções/recomendações, etc., numa democracia representativa. Não são Assembleias que se limitam a fazer uma vénia, aprovando as decisões de um líder autoritário.
Os poderes de supervisão e investigação permitem aos deputados questionar publicamente os membros do executivo por atos e decisões e servir de controlo ao poder do presidente de Câmara e seus vereadores.
Os Deputados Municipais têm a responsabilidade de articular as suas opiniões da forma mais eficiente possível. Mas têm que trabalhar dentro da ética democrática da tolerância, respeito e colaboração para chegarem a consensos que beneficiem o bem-estar geral de todos - e não apenas daqueles que lhes dão apoio político. Cada deputado deve decidir sozinho como equilibrar o bem-estar geral com as necessidades de uma base eleitoral.

Pelo que, a liberdade de expressão, sobretudo sobre política e questões públicas é o suporte vital de qualquer democracia. Os governos democráticos não controlam o conteúdo da maior parte dos discursos escritos ou verbais. Assim, geralmente as democracias têm muitas vozes que exprimem ideias e opiniões diferentes e até contrárias.

Segundo os teóricos da democracia, um debate livre e aberto resulta geralmente que seja considerada a melhor opção e tem mais probabilidades de evitar erros graves.
A democracia depende de uma sociedade civil educada e bem informada cujo acesso à informação lhe permite participar tão plenamente quanto possível na vida pública da sua sociedade e criticar o executivo ou políticas insensatas e tiranas. Os cidadãos e os seus representantes eleitos reconhecem que a democracia depende do acesso mais amplo possível a ideias, dados e opiniões não sujeitos a censura.
Os protestos servem para testar qualquer democracia — assim o direito a reunião pacífica é essencial e desempenha um papel fundamental no uso da liberdade de expressão.
O desafio para uma democracia é o equilíbrio: defender a liberdade de expressão e de reunião e ao mesmo tempo impedir o discurso que incita à violência, à intimidação ou à subversão.

Para terminar, em democracia como em liberdade, responsabilidade do executivo significa que têm a obrigação de explicar as suas decisões e ações aos cidadãos. A responsabilidade do executivo é alcançada através do uso de mecanismos com o objetivo de impedir a corrupção e de assegurar que os dirigentes públicos continuam responsáveis e acessíveis às pessoas a quem servem. Na ausência desses mecanismos, a corrupção pode florescer e não há liberdade.

O principal mecanismo de responsabilidade política são eleições livres e justas. Se os eleitores não estiverem satisfeitos com o desempenho de um partido político, não devem votar nele.
Os mecanismos de responsabilidade legal incluem constituições, medidas legislativas, regulamentos, códigos de conduta e outros instrumentos legais que proíbam a prática de determinados atos pelo executivo e que discriminem como podem os cidadãos agir contra esse executivo cuja conduta é considerada insatisfatória.
Um poder judicial independente é um requisito essencial para o sucesso da responsabilidade legal, servindo como um fórum onde os cidadãos levam as queixas contra o executivo.
Os mecanismos de responsabilidade legal incluem:
Estatutos de ética e códigos de conduta para o executivo a e assembleia municipal, descrevendo práticas inaceitáveis;
Leis sobre conflitos de interesses e divulgação financeira, exigindo que os dirigentes municipais revelem as suas fontes de rendimento e os seus bens para que os cidadãos possam avaliar se as ações dessas entidades podem ser erradamente influenciadas por interesses financeiros;
Leis que dão à imprensa e ao público acesso às atas e reuniões do executivo;
Requisitos de participação dos cidadãos que dizem que certas decisões do executivo devem ter em conta a opinião pública; e
Revisão judicial, dando aos tribunais o poder de rever decisões e ações das entidades públicas.
Os mecanismos de responsabilidade administrativa incluem comissões a par do executivo e práticas nos processos administrativos que têm como objetivo assegurar que as decisões e ações do executivo defendem os interesses dos cidadãos.
Os mecanismos de responsabilidade administrativa incluem:
Um Gabinete encarregue de ouvir e responder às queixas dos cidadãos;
Auditores independentes que verifiquem o uso dos fundos públicos para detetar sinais de uso incorreto;
Tribunais administrativos, que recebem as queixas dos cidadãos sobre as decisões do executivo;
Regras de ética que protejam os denunciantes de represálias, quando dentro da administração local falam de corrupção ou de abuso da autoridade.

É esta democracia que faz falta em Anadia e que os munícipes há muito merecem.

É esta democracia que procuramos, que projetamos para o nosso Concelho, para as pessoas que nele vivem ou trabalham e para as empresas.

Pelos ideais do 25 de Abril, em nome de todos os que sofreram e de todos os que continuam a sofrer pela liberdade, prestamos a nossa sentida homenagem.

Viva a Liberdade! Viva o CDS-PP! Viva Portugal!

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